terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Pra onde vai o movimento? A Lunes sabe.

 "Lunes", a príncipio, pode parecer apenas o plural de lua ou um dia da semana, mas este é o nome de uma banda nova do Rio Grande do Sul. O nome é interessante, surgiu por uma afinidade com a língua castelhana e também pelo fato de que toda a pré-produção do disco foi realizado nas segundas-feiras.
A história da banda começou em 2008 quando Vicente conheceu Fabian por intermédio de uma grande amiga e logo começaram a tocar juntos. Bastou pouco tempo e já estavam criando algumas canções, o que resultou no projeto com produção de Rodrigo Deltoro, voz de Vicente e guitarras de Fabian. Logo após, em 2010, Vicente e Fabian convidam Luigi Vieira, baterista e amigo de longa data que acabara de retornar da Austrália, onde tocava na banda Tylers Riot. O último que viria a integrar a banda seria o Mumu, baixista.
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Com uma ótima presença de palco, sem firulas, mostrando seu rock e mostrando a que veio, a banda Lunes subiu no palco do LongPlay Bar, em Porto Alegre, na última quinta-feira, dia 1° de dezembro, para lançar seu álbum de estreia Pra onde vai o movimento.
O Holograma Musical esteve lá e bateu um papo com o André Vicente e Fabian, confere aí:


HM: Por que vocês escolheram este nome pro álbum, Pra onde vai o movimento?


Lunes: Na verdade, o nome do álbum, Pra onde vai o movimento, vem da música “Tudo bem”, que foi a música que a gente fez o clipe, que é primeiro clipe da banda, e na realidade, acho que ela diz pra caralho o que a gente pensava, que era, pensava assim: “Bah, a gente tá fazendo um som no meio de um monte de coisa, no meio de um monte de cenas, uma galera fazendo um monte de som, mas ao mesmo tempo, tá muito leve isso tudo, a gente não sabe realmente o que que tá acontecendo”. Então, a ideia da “Tudo bem”, que ela fala um monte de coisa, de uma história meio concreta, na realidade, mas ali tu vê a ideia de ‘pra onde vai o movimento?’. O que vai acontecer, sabe? O que vai acontecer daqui pra frente e pra onde tá indo essa história toda que a gente não sabe. Então a gente tá indo meio que contra a maré. Sem cara, sem estratégia, sem nada. Simplesmente querendo fazer um som e falar “Bah, pra onde isso tudo vai?”. A nossa história é que as pessoas gostem do nosso som e se esse movimento que a gente tá fazendo for interessante pra eles, pra nós tá sendo melhor ainda.


HM: Vocês falaram sobre o clipe de “Tudo bem”. Como foi a produção deste clipe?


Vicente: A produção de “Tudo bem” foi a mais simples da história. Luigi Vieira, que é o nosso batera, trabalha com vídeo, ele sabe mexer muito com isso e tal. Daí a gente pensou “Bah, a gente tem que fazer o clipe de alguma música”, e a “Tudo bem” é de onde saiu a ideia pro disco Pra onde vai o movimento. A gente decidiu meio em cima da hora fazer dessa música, que é meio um lado B do disco, e que não ia entrar. A gente não pensava em colocar essa música no disco. No último dia em que a gente gravou, mudamos toda a estrutura dela e ela entrou no disco. E a gente decidiu, em um churrasco na minha casa ‘ah vamos fazer um clipe’, e tem a praia onde eu cresci, onde meus pais me levavam desde pequeno que é a praia de Arambaré. E eu sempre achei muito legal, um clima meio nostálgico na praia. Umas imagens legais, uma praia legal. E a gente decidiu ‘ah, vamos fazer lá’. Juntamos a banda inteira, pegamos a van e a gente foi sem ideia do que ia fazer, sem roteiro, sem nada. O Luigi gravando, a gente filmando. Meu irmão ajudou a filmar também. E a gente foi estruturando o clipe lá mesmo. A gente passou um dia gravando. E hoje as pessoas perguntam ‘mas que legal, de quem foi produção, que produtora vocês contrataram?’, não contratamos ninguém, a gente fez por nós mesmos, a partir da ideia que a gente tinha.


HM: E vocês já têm ideia de um próximo clipe? De que música vocês fariam?


Lunes: Provavelmente vai ser da “Espero você chegar”, que é o single, e seria o mais óbvio de qualquer banda que pudesse fazer um clipe, ela faria o quê? Lançaria um single e gravaria o clipe do single. Nós não. Nós lançamos o single “Espero você chegar”, o primeiro single, pra tocar no aniversário de 2 anos College Rock, e escolhemos a “Tudo bem” pra fazer o primeiro clipe. E isso que eu achei o mais legal da história da banda. E todo mundo ficou “ah, e “Espero você chegar”, cadê ela?”. E agora nós estamos pensando em fazer o clipe dela. Pensando em estruturar mais, fazer um roteiro e tal.


HM: Falem um pouco sobre as participações do Pra onde vai o movimento?


Lunes: Em “Espero você chegar”, o Tavares da Fresno gravou os backing vocals da música, além dele ter feito um pré mix de um som nosso. Ele é um grande amigo nosso, um cara que sempre apoiou nosso projeto. Inclusive já estamos pré-convidados pra abrir o show da aBRIL no dia 21. Teve também o Fabrício Braga que gravou uns teclados pra gente. Teve o Tiago Luz que fez uns pianos também, junto comigo. E o Marquinhos, que tocou com a gente hoje, que fez uns violões e também cedeu uma música dele, a “Do outro lado”, que eu acho uma das melhores músicas do disco.


HM: Quais os resultados que vocês esperam do Pra onde vai o movimento?


Vicente: A gente espera que esse público que veio hoje ao nosso show tenha curtido, a gente tá muito feliz que teve aqui uma galera onde eram amigos, alguns que a gente não conhecia, que são as pessoas pra quem a gente realmente sempre quis fazer o som. Quando tu faz um som, tu pensa numa galera, tipo “eu quero que meus amigos ouçam, eu quero que eles gostem do nosso som”. Eu acho que o resultado que vier daqui pra frente, como se diz, o que vier vem bem. Nós montamos uma banda de amigos e a gente espera um resultado tranquilo, lento, mas consistente. A gente pretende fazer um segundo disco. Acho que ano que vem a gente já começa a fazer um segundo disco. Sempre foi um plano meu e do Fabinho, que foi “cara, vamos fazer um negócio consistente”. A gente tá há tanto tempo tocando e a gente quer fazer um trabalho mais interessante. Não é lançar uma banda hoje, amanhã fazer um show e beleza, acabou esse projeto, vou pra outro. A Lunes, eu tenho certeza, vai continuar por muito tempo, não importa se vai ter 10, 20 ou se vai ter 5000 vendo a gente tocar.


HM: Hoje vocês fizeram um cover de “Times Like These” do Foo Fighters e vocês comentaram que já tiveram uma banda cover deles. Que outros artistas influenciam vocês?


Fabian: Foo Fighters, Kings Of Leon, que é uma banda atual que influencia. Mas vários compositores como Paul McCartney, John Lennon, Michael Jackson, compositores brasileiros como Samuel Rosa, Nando Reis, que é um baita letrista. A gente tem essa tendência mais rock, mas a gente tenta buscar um pouco do pop brasileiro. E estamos tentando achar essa identidade dos sons que a gente curte da gringa com o som que a gente curte daqui, uma coisa nossa.


Vicente: A jogada é assim ó: os guris são bem mais rock que eu, e eu sou muito mais pop. Eu aprendi a escutar música boa depois que eu conheci o Fabinho, e ele foi me trazendo música legal, “ah essa banda é legal, isso é rock, isso é bacana”. Mas eu sempre fui mais pop, eu sempre gostei de muita música pop. O Fabinho foi me mostrando rock, mas ao mesmo tempo a minha veia pop nunca foi embora. E ele aceitou muito bem isso, teve um dia que ele falou: “cara, eu acho que tu tem que fazer os sons que tu quer fazer na banda, tu quer compor, compõe do teu jeito, que a gente ajeita de uma forma em que a banda entre e a gente faça uma história mais rock”, porque a influência de todo mundo é rock, essa é a ideia.


HM: Quais os planos futuros pra Lunes?


Lunes: Pra esse ano ainda acho que a gente vai fazer um show dia 21 de Dezembro, com a aBRIL, que é uma grande banda. Aí a gente para. Vamos começar a pensar no clipe de “Espero você chegar”, que a gente pretende gravar em Março e lançar em Abril, e pensar em mais um show pra Abril, pra divulgar esse material que é novo pra caramba. Tem muita coisa pra fazer com ele. Eu acho que não pode ser tão descartável. Hoje em dia tu lança um disco e um mês depois tu fala “beleza, já deu o que tinha que dar”. Eu acho que a gente recém tá lançando, tem muitas pessoas que ainda não conhecem nosso trabalho. Nosso plano é tocar em rádio, é poder tocar em diversos lugares. A nossa ideia agora, com a ajuda do Max Antunes [Sócio Diretor e um dos idealizadores do College Rock], que sempre apoiou nosso projeto e abraçou nossa história, é continuar buscando lugares pra gente tocar, buscando uma galera que goste de ouvir o nosso som, de acordo com o que a gente também considera plausível na nossa banda. Não adianta nada a gente fazer um show que não interessa pra gente ou abrir pra uma banda que não interessa pra gente. Todas as coisas que vamos fazer daqui pra frente são coisas que a gente realmente quer fazer. Agora o que vai acontecer ano que vem: não sei.  A gente tem esse clipe pra lançar, a gente tem esse disco pra trabalhar. Vamos fazer vários formatos desse disco. E a gente não lançou um EP. “Ah, eu gravei onze músicas, vou lançar três ou lançar quatro agora, pra lançar o resto depois”. Não, a gente lançou as onze.  Acho que no próximo mês já vamos lançar outro formato de capa de CD. Acho que em Abril a gente vai ter outro formato, trabalhando o mesmo disco, com as mesmas músicas, acho que tem um monte de gente que tem que conhecer o nosso som ainda.


HM: Considerações finais, agradecimentos...


Lunes: Queremos agradecer ao Holograma Musical pelo espaço, a todos que vieram aqui hoje, no lançamento do Pra onde vai o movimento, ao Max Antunes, ao Diza, a toda família College Rock, a todos que escutam a Lunes, e é isso.
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A Lunes é:
André Vicente – Voz, violão, guitarra e piano.
Fabian Steinert – Guitarra, voz e violão.
Mumu – Baixo e voz.
Luigi Vieira – Bateria.
O álbum Pra onde vai o movimento está disponível pra download em:
Confira também o primeiro clipe da Lunes, “Tudo bem”:
Pra saber um pouco mais da Lunes:
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Sugestões? Críticas?
Twitter: @HMusical
E-mail: hologramamusical@hotmail.com

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